sábado, 12 de março de 2022

Alguns motivos do ataque à Ucrânia

 

Não deveria, porque não merece, não é intelectual, mas citarei Thomas Henrique de Toledo Stella, um nada. Em um blog, ele publicou: A Guerra de Joe Biden na Ucrânia.[1]

Recebi o texto em um grupo de WhatsApp, aduzindo – quem o replicou – ser importante conhecer de história, a fim de evitarmos “o imbecil coletivo”.

Ser influenciador digital não nos torna inteligentes ou melhores. Por isso, fico irritado com quem vê a desgraça momentânea em Biden, não em Putin. Como nas grandes guerras anteriores os EUA pretendem se afastar, mas Putin diz estar se defendendo do avanço norte americano.

Dizer que a guerra é resultado do fracasso americano no Iraque é não conhecer o mínimo da história recente. Um influenciador digital determinar o que houve com palavras vazias, incitando ao ódio contra o liberalismo e a favor da intervenção militar, pró-Rússia, é demonstrar não estudar.

O autor inicia afirmando que “a irresponsabilidade do atual governo dos Estados Unidos em insistir na expansão da OTAN” é a causa da guerra.

Em 25.12.1991, Mikhail Gorbachev renunciou ao cargo de Presidente da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e no dia seguinte o Soviete Supremo (Parlamento) reconheceu a independência de 15 novos Estados. A União Soviética não era propriamente uma um Estado federado, mas uma confederação, que se iniciou em 1917 e se consolidou em 1922, sendo que os avanços da globalização e da informação tecnológica produziram a insatisfação de muitas nações e o fim da confederação, ficando a Federação Russa ocupando a Eurásia.

North Atlantic Treaty Organization (NATO), em português, Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), surgiu em 4.4.1949, é um sistema de defesa de ajuda mútua dos Estados-Partes: o ataque contra um é um ataque contra todos.

Os avanços tecnológicos para a implementação de uma aldeia global, trouxe muitos sonhos àqueles que viviam isolados e que viviam sob constante ameaça da Rússia, trazendo uma corrida por adesão à OTAN, isso a partir de 1999, tanto é que dos seus 30 membros, 13 aderiram a ela a partir desse ano.

Recordo-me da alegoria da caverna de Platão, na qual um dos homens que nasceu com os demais e com eles ficou vivendo uma realidade em que as imagens eram espetros de pessoas que passavam, tais sombras eram lançadas disformes e oscilantes no fundo da caverna por uma fogueira que ficava atrás deles. No entanto, um se soltou e saiu da caverna, retornando com outra realidade. Assim imagino ser a realidade das sociedades que se dizem socialistas (Rússia, Coreia do Norte etc.).

A Ucrânia é estratégica para a Rússia pela sua facilidade de acesso, por água e terra ao ocidente. Ela vive a constante ameaça da Rússia, especialmente depois que Vladimir Putin (nascido em 7.10.1952), ascendeu ao poder, ou seja, desde 1999 (vem alternando nos cargos de Presidente e de Primeiro-Ministro).

Putin é um ditador muito popular dentre os Russos, tendo elevado índice de aprovação. De todo modo, há quem discorde, até porque, na região da Ciscaucásia, até hoje, existem resistências violentas por não concordarem com o referendo, de 2003, que anexou a Chechênia à Rússia (até hoje existem muitos que sustentam a fraude dos resultados).

Em 10.2.2007, na Conferência de Munique sobre Política de Segurança, Putin proferiu o seu Discurso de Munique, no qual deixou evidente a sua pretensão de resgatar a velha URSS.

Em 2014, com aceitação ucraniana, Putin anexou a província separatista da Crimeia. Nessa ocasião, a Rússia tentou anexar a cidade de Mariupol a ela, mas o povo não aceitou. Assim, sob o falso pretexto de que está se defendendo de nazistas e do ocidente, Putin se vinga de Mariupol, destruindo a cidade. Pior, o Presidente Ucraniano, Volodymyr Zelensky (nascido em 25.1.1978), é judeu e, às escâncaras, fica evidente que o que Putin pretende é ampliar o seu acesso à Crimeia e ao ocidente, ao contrário de combater quem praticou o holocausto.

Especulo porque Putin parece ser desequilibrado, isso em face do grande número de escândalos internacionais em que se mete (ele não tem freios). Assim, creio que, também, há um desejo subliminar de se vingar dos alemães, que estão dependentes da energia russa, visto que os seus pais saíram feridos da Segunda Grande Guerra. Ademais, Adolf Hitler (1889-1945) com a Operação Barbarossa (de 22.6.1941), violou o Pacto de Não Agressão Germano-Soviético, firmado no dia 23.8.1939, o que causou grande prejuízo à URSS e a enfraqueceu.



[1] STELLA Thomas Henrique de Toledo. A guerra de Joe Biden na Ucrânia, Brasilários.com, 25.1.2022. Disponível em: <https://brasiliarios.com/politica/2040-a-guerra-de-joe-biden-na-ucrania>. Acesso em: 10.2.2022, às 18h56.

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