quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Winston Leonard Spencer Churchill, um exemplo de que não devemos descrer dos nossos filhos.

A los veinte años, el joven Winston Churchill todavía era un fracasado escolar sin remedio que ni siquiera había conseguido aprobar el bachillerato; un cadete superfluo, un motivo de embarazo para toda la família, um "inútil" a los ojos de su padre moribundo. (HAFFNER, Sebastian. Winston Churchill: una biografia. Buenos Aries: Folio, 2003. p. 27).

Tenho uma filha de 19 anos, um filho de 16 anos e mais dois menores. Porém, posso afirmar que o exemplo de Churchill permite dizer que até aparentes filhos inúteis podem crescer e, como ele, se transformarem grandes pessoas.

Não quero depositar esperanças demasiadas nos meus filhos, mas espero traduzir a todos a ideia de que não se pode exigir demais de filhos em tenra idade. A maturidade terá tempo diversificado para cada um e, eventual adolescente aparentemente inútil, pode se transformar em grande exemplo para a humanidade.

A dificuldade para se falar de Habermas no Brasil.

Minha tese de doutorado se intitula "Análisis del funcionalismo y del garantismo en la protección de los derechos fundamentales en el proceso criminal". Falar de funcionalismo sem citar Habermas seria uma loucura. Porém, no Brasil, ele tem ardorosos defensores e até neófitos em Direito se dizem profundos conhecedores da sua filososofia sistêmica, a qual, acredito, ser desconhecida (inacabada) para ele mesmo.

Estou procurando entender a Filosofia habermasiana há anos e estou começando a me ver de forma estranha (ou sou burro ou ele falseia em muitos pontos). Prefiro acreditar que falta alguma leitura complementar, razão de continuar investigando.

Não sou cristão e vejo Habermas como um cristão enrustido. Sua filosofia, na maior parte dos momentos, embora buscando subsídios em Freud, é essencialmente cristã.

Não posso concordar com a idéia de um consenso pressuposto calcado no sacro (sagrado) e, por mais que Habermas procure fugir disso, suas citações e conclusões tem forte aporte no sacro. Isso complica em um país (Brasil) em que a campanha política presidencial deve passar, antes de tudo, pelo discurso da aceitabilidade religiosa.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Explicando um pouco a Argentina

A Argentina é um país que tem uma parte que se assemelha com o Uruguai e com o Rio Grande do Sul, em relação aos hábitos e a língua. O espanhol tem palavras comuns ao português regional do sul, divergindo da pronunciação espanhola. Porém, tome cuidado com os "falsos amigos", expressão que nos leva à situação do "falso cognato".

O portenho "silva" (assobia) um "x", curiosamente, assemelhando-se ao nosso nortista de Manaus. A "ella" (ll) é uma letra que tem o som de uma mistura forçada de "d" e "j". Assim, "castellano" não será pronunciado como "castelhano", mas como "castedjano" e "amarillo" como "amaridjo". Porém, eles entenderão se falar, respectivamente, "castejano" e "amarijo".

Na Argentina, não se come feijão, cujo nome é "frijol". Porém, as poucas pessoas que o conhecem o chamam de "poroto". Come-se batata, denominada "papas", e carne. Arroz é "arroz" mesmo e pode ser encontrado com certa facilidade.

A parrilhada (churrasco com carnes variadas) é ruim porque reune linguiça de sangue, rins, tripas e outras "cositas" que não são da apetência dos brasileiros em geral. Porém, se come bem quando se pede "lomo" (filé) ou "pescados" (peixes).

É um país quebrado, com uma frota de veículos muito velha, mas de um povo com uma média educacional acima da brasileira. Outrossim, o idioma espanhol é mais pobre (tem menos palavras que o português). Talvez por isso, eles tenham muitas dificuldades para entender os brasileiros. Pedindo para eles falarem "despacio" (devagar), mesmo sem saber espanhol, entender-se-á tudo, mas o mesmo não ocorre. Muitas vezes se falará devagar em português e eles não entenderão nada.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A minha relação com a Argentina está esfriando por culpa do seu povo.

Escrevo de Buenos Aires e trato de um dos meus poucos amigos, um grande amigo que desistiu de vir a Buenos Aires porque, segundo me disse, fizeram-lhe muitos pedidos de propina na estrada. Achei estranho. O convidei anteriormente para vir e aceitei pacificamente sua ida para Florianópolis, onde sei que encontrou apenas argentinos. Deve ter ficado irritado com a supervalorização dos argentinos na nossa terra, mormente sabendo da desgraça econômica geral que grassa por aqui.

Convidei também o meu irmão e ele veio. Passei informações erradas sobre os valores dos combustíveis (esqueci que o diesel não é subsidiado por aqui), mas isso não foi o pior. A perseguição da polícia argentina aos brasileiros é evidente. Ele foi multado, aparentemente assediado para propinas (o levaram para conversas particulares para negociar descontos), várias vezes e, quando chegou à Capital Federal, pensei que haveria um basta. Ledo engano...

Eu, pessoa que sempre defendeu os argentinos e a Argentina, confirmo a minha tese de que a última impressão é a que fica. Ela é: "los hermanos" não tem grande simpatia pelos brasileiros.

Ontem removeram o veiculo do meu irmão para um depósito público por estacionamento irregular, isso quando muitos carros do povo argentino, em situação pior, não foram molestados.

Alimentamos sua economia. Grande parte da arrecadação da Argentina decorre do turismo brasileiro e não nos valorizam (o garçom do Oye Chico me ironizava). Por isso, estou aqui a desabafar sentimentalmente porque tenho família e no Brasil temos valores mínimos. A moral brasileira é a de tratar bem as pessoas que estão nos ajudando, mas aqui as coisas parecem ser um pouco diferente.

Voltarei a viajar para o NE brasileiro!!!!!!!!!!!!!!!!!

Terminarei o curso que realizo aqui, mas sem a intenção de voltar. Voltarei apenas o tempo minimo necessário para qualquer outra atividade essencial, mas o turismo para estas plagas é hipótese descartada.

 

sábado, 1 de janeiro de 2011

Cesari Battisti, mais um erro do governo brasileiro

Sintese razoável da vida de Battisti pode ser verificada no Wikipedia, in verbis:

Cesare Battisti (Sermoneta, 18 de dezembro de 1954) é um escritor italiano, antigo membro dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), grupo armado de extrema esquerda, ativo na Itália no fim dos anos 1970 – os chamados anos de chumbo – período marcado por ataques terroristas de organizações da extrema esquerda e da extrema direita.

Em 1987, Battisti foi condenado pela justiça italiana à prisão perpétua, com privação de luz solar, pela autoria direta ou indireta dos quatro homicídios atribuídos aos PAC – além de assaltos e outros delitos menores, igualmente atribuídos ao grupo. O governo italiano considera Cesare Battisti um ex-terrorista. No entanto, Battisti se diz inocente.

Viveu na França, onde trabalhou como escritor, editor e zelador de um prédio. Por duas vezes, reiterados pedidos de extradição foram negados pela Corte de Acusação de Paris, até que, em fevereiro de 2004, o Conselho de Estado da França analisou novo pedido e autorizou que Cesare Battisti fosse extraditado. Antes que o decreto fosse assinado, Battisti fugiu para o Brasil. Em 2007 o governo da Itália apresentou o pedido de extradição, seguindo-se a prisão preventiva de Battisti. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal autorizou a extradição mas definiu que a decisão final caberia ao presidente da República. Battisti permaneceu preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília até dezembro de 2010.

Em 31 de dezembro, através de nota divulgada pelo Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que decidira não conceder a extradição do ex-militante italiano. A decisão foi duramente criticada pelo governo italiano, que anunciou a convocação do seu embaixador em Brasília.

O Brasil se colocou em má situação diplomática, com parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) em favor da equivocada decisão de manter o terrista no Brasil. Porém, o Partido dos Trabalhadores (PT) tem guerrilheiros na sua liderança, os quais praticaram atos de terror, o que torna o território próprio para lideranças territoristas.

O ato de terrorismo e o homicídio podem ter motivação política, mas assim como no roubo, a motivação política não transforma tais crimes em políticos (STF. Pleno. RECR 160841/SP. Min. Sepúlveda Pertence. DJ, Seção 1, de 22.9.1995. p. 30610).

Um Presidente da República que declarava abertamente não gostar de ler (Luís Inácio Lula), orientado por equivocado parecer da AGU, o que o levou à decisão de manter Battisti no Brasil sob o pífio argumento de ser possível perseguição política (no campo das possibilidades, praticamente tudo é possível), era algo previsível, mas com péssimos reflexos para o Estado.